O ENSINO DE HISTÓRIA : Engenharia Cartográfica UFRGS: Ruinas de São Miguel das Missões

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Engenharia Cartográfica UFRGS: Ruinas de São Miguel das Missões

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE SEU COMENTÁRIO AQUI...

A Núbia cristã - Morte lenta

Por: GIOVANNI VANTINI

Guerras, matrimónios mistos e configuração do terreno levaram a Igreja à crise, num ambiente que, com o rei já muçulmano, estava progressivamente a islamizar-se. O cristianismo núbio, muito ligado ao poder, pouco dizia às pessoas e não tinha clero próprio.

Devido à falta de documentos escritos contemporâneos, pouco ou nada se sabe da forma como a Igreja Núbia se extinguiu, depois de quase mil anos de existência (séculos VI-XV), tanto mais que na Etiópia e no Egito, apertados entre o islão, a Igreja conseguiu sobreviver. As causas são muitas e complexas: certamente que 50 anos de guerras perdidas (1275-1325) destruíram aquilo que restava do poder político e económico aos reis da Núbia. Depois da primeira grande derrota do rei David II, o seu sobrinho Shekanda subiu ao trono de Dôngola com o apoio do sultão Baybars. Mas teve de ceder ao sultão um quarto do território e obrigar todos os seus súbditos varões e maiores de idade a pagar-lhe um dínar de ouro por ano, enquanto permanecessem cristãos. Empobrecidos pelas guerras, para se livrarem daquele tributo, quase todos se converteram ao islão.

Outra das causas encontramo-la nos matrimónios mistos. Ibn Khaldun (séc. XV) historiador e filósofo árabe, afirma que «os clãs dos árabes giuhaina se espalharam (do Egito) por toda a Núbia, causando insegurança e desordens por toda a parte. Os reis núbios quiseram resistir-lhes, mas não conseguiram; tentaram então refrear a sua marcha entregando as filhas em esposas aos chefes». Por isso, segundo Ibn Khaldun, os matrimónios mistos entre chefes árabes e mulheres núbias foram a causa da desagregação de um sistema monárquico que durava há séculos: os rebentos daqueles casamentos eram instruídos na religião paterna, o islão. O resultado foi, ainda segundo Ibn Khaldun, que «o reino se desagregou e, por direito de herança, passou para as mãos dos filhos dos giuhaina nascidos de mulheres núbias, porque é costume dos infiéis (os cristãos núbios) que a irmã do defunto, ou os seus filhos, sejam os herdeiros». São palavras claras e confirmadas pela realidade geopolítica. Os árabes entraram no Sudão em busca de pastos, que não encontravam nem no Egito nem na Baixa Núbia, para os seus rebanhos de camelos e de ovelhas. As zonas de pastos encontravam-se na faixa central do Sudão, onde as chuvas são abundantes. E foi exatamente aqui que a língua dos conquistadores se sobrepôs às línguas locais.

Falta de clero

A chegada, em 1325, de muçulmanos ao trono de Dôngola (cristão durante 800 anos) foi desastrosa para a Igreja Núbia, que sempre tivera no rei um protetor. Mas esta mudança ainda não assinala o fim do cristianismo na Núbia. Esta, governada tradicionalmente com um sistema feudal, tinha também muitos reis vassalos – doze, segundo alguns escritores árabes da época. De facto, por volta do ano de 1465 – 140 anos depois da chegada da monarquia muçulmana –, encontramos na Núbia um certo «Joel, rei de Dotawo», que, com o «rei Tienossi de Ilenat» e o «rei Kudlaniel», vão visitar a capela de Santo Epímaco, perto das atuais fronteiras entre o Sudão e o Egito, e aí deixam a assinatura e a data. Um outro documento, encontrado em 1976 em Ibraim, menciona o «rei Joel», o «bispo Khael» e a data de 1200 dos Mártires – segundo a cronologia copta –, que corresponde a 1484. Portanto, em vésperas do ano 1500 ainda havia cristãos na Núbia.

Tão precioso como independente para a confirmação de tudo isto é o testemunho de Francisco Álvares, capelão da embaixada do rei de Portugal na corte da Etiópia (1520-27): «Enquanto nos encontrávamos na terra do Prestes João (ou seja, o imperador da Etiópia, em Gondar), chegaram seis nobiis (núbios) enviados ao Prestes, a fim de lhe pedirem sacerdotes e monges para os instruírem. O rei (da Etiópia) não pôde aceder ao seu pedido, porque também o seu reino tinha falta de clero. Os nobiis disseram que no passado recebiam tudo de Roma (a Roma do Oriente, Constantinopla). O último bispo morrera há muitos anos. Depois, por causa da guerra com os mouros, não conseguiram obter mais nenhum. Ficando sem clero, perderam a fé cristã, que já está esquecida.» A falta de clero local foi, por conseguinte, outra das causas do fim do cristianismo. A declaração de Francisco Álvares corresponde àquilo que se lê em fontes árabes, que afirmam que os sultões do Egito proibiram os bispos de irem para a Núbia.

Finalmente, sendo a religião da classe dominante, o cristianismo foi seguido automática, mas passivamente, pelo povo, que tinha de obedecer ao rei sem discutir. Al-Aswani, que visitou a Núbia em 970, afirma acerca do rei de Alwa: «O seu rei tem poder para reduzir à escravidão qualquer dos seus súbditos, tenha culpas ou não; eles não se insurgem contra as suas ordens, mesmo que injustas, pelo contrário, prostram-se gritando “viva o rei”, e obedecem-lhe.» A catequese ministrada pelo clero ao povo parece que foi escassa. A liturgia e a iconografia – uma espécie de «Bíblia dos pobres» – eram, pelo contrário, o principal meio de instrução. Não faltam, porém, alusões explícitas à firmeza na fé de alguns cristãos. Um exemplo disso foram exatamente os nobiis que se dirigiram à Etiópia a pedir ao rei Lebna Dengel monges e sacerdotes: pretendiam, assim, salvaguardar a fé dos seus antepassados.

A fé dos núbios

O cristianismo surgiu na Núbia pela pregação dos monofisitas e católicos. Mas a população não atingia a diferença entre uma e duas naturezas em Cristo e não conhecia as minúcias das terminologias: natureza, pessoa, essência, existência... Al-Aswani escrevia: «A sua religião é o cristianismo segundo o rito jacobita (ou seja, copto-ortodoxo, monofisita); os seus bispos dependem do patriarca de Alexandria, os seus livros estão escritos em grego, mas (os sacerdotes) explicam-nos na sua língua. »

Os núbios acreditam em Jesus Cristo, filho de Deus, nascido de Maria, virgem e mãe de Deus. As inscrições que acompanham os ícones não deixam dúvidas. Maria é sempre apresentada como Parthenou e Teotokou (no genitivo) e o Menino que tem no colo é sempre Iyou Theou, Soter (filho de Deus, Salvador). A própria iconografia o afirma: o Menino segura, com a mão direita levantada, um «lenço» desdobrado, azul, com estrelas e, na mão esquerda, abaixada, um «lenço» castanho; é uma clara referência a Isaías 40, 12: «Quem... mediu o céu a palmo, ou o pó da terra com o alqueire? » As invocações à cruz atestam a fé na morte redentora de Cristo, e os ícones da sua descida aos infernos, ressurreição, ascensão, de Cristo na glória confirmam que eles conheciam todos os mistérios crisológicos. Não há qualquer dúvida sobre o culto aos anjos e santos.

O monaquismo, confirmado pela presença de mosteiros masculinos, leva-nos a pensar num alto nível de conhecimento da moral cristã. O viajante persa Al-Istakhri (que, porém, não visitou a Núbia) afirma que núbios e etíopes, como cristãos e vizinhos do império bizantino, imitaram os costumes deste. Se uma certeza podemos ter, é o servilismo para com o poder, em particular para com o rei, que era o chefe efetivo da Igreja (como na Etiópia axumita e noutros países, incluindo Bizâncio

Conteúdos para ensino Fundamental 6º. ao 9º. ano

Sugiro ao
8º. Ano assistir ao filme:OLIVER TWIST

SINOPSE
Oliver
Twist (Barney Clark) é um órfão entre as centenas que sofrem com a fome e o
trabalho escravo na Inglaterra vitoriana. Vendido para um coveiro, ele sofre
com a crueldade da família deste e acaba fugindo para Londres. Lá ele é
recolhido das ruas por Artful Dodger (Harry Eden), um ladrão que o leva até
Fagin (Ben Kingsley), um velho que comanda um exército de prostitutas e
pequenos marginais. Quando Oliver conhece um bondoso homem em quem finalmente
enxerga um possível pai, Fagin teme que ele denuncie seu esquema. Para evitar
isso Fagin planeja um assalto à casa do rico Sr. Brownlow (Edward Hardwicke), o
pai desejado por Oliver.
Objetivo:Baseado
na obra homônima de Charles Dickens, esse filme é um retrato fiel e dramático
das consequências da Revolução Industrial na Inglaterra na era Vitoriana, no
século XIX, dirigido com maestria pelo cineasta Roman Polanski, que é
especialista em adaptar brilhantemente livros para as telonas.
Nesse filme pode se abrir uma discussão, comparando inclusive com a atual
situação, sobre o trabalho infantil e a marginalidade, causa da
industrialização em massa, que deixaram muitos na miséria, levando a pessoas ao
desespero, ao crime e a prostituição.