Compreender o mundo contemporâneo do ponto de
vista histórico é uma tarefa bastante complicada. Nesse período que se inicia
no século XIX e vem até os dias de hoje, o historiador se depara com um fluxo
de acontecimentos muito mais intenso do que em qualquer outro momento da
História. De fato, tem-se a nítida impressão que a história começa a ficar mais
acelerada e a função de refletir sobre os acontecimentos acaba ficando bastante
complexa.
Um primeiro fator que explica essa nova
configuração tem a ver com o processo de urbanização que se espalha em várias
partes do mundo. A concentração de pessoas promove uma ampla cadeia de
inflexões na divulgação de informações, na produção de bens de consumo e no
próprio ritmo de vida de cada indivíduo. As horas e os dias começam a serem
unidades de tempo cada vez mais frágeis, seja em relação ao fluxo de coisas que
acontecem ou sob as expectativas do homem para com o futuro.
Além disso, podemos também contabilizar um fator
de ordem biológico bastante significativo. O avanço da medicina e o
aprimoramento das condições de vida estabeleceram o prolongamento da nossa
expectativa de vida. Com isso, o número de pessoas presentes no planeta se
avolumou e, consequentemente, o desenvolvimento de ações históricas também sofreu
um visível incremento. Isso sem levar em conta o avanço dos meios de
comunicação que dinamizam a circulação de tais acontecimentos.
O grande volume de fatos históricos a serem
compreendidos na Idade Contemporânea acabou demonstrando um novo lugar para este
campo do conhecimento. Com tantas transformações acontecendo, ficou cada vez
mais nítido que a função de historiador não tem nada a ver com a elaboração de
projeções para o futuro. A ciência histórica fica mais próxima de uma noção de
que as formas de se ver o passado são atreladas aos valores do tempo presente.
Com isso, mesmo com a modernização na fabricação
e no armazenamento de informações, o estudo dos fatos contemporâneos não se
mostra cristalizados ou presos aos grandes nomes, instituições e datas. O
historiador ou o simples amante de História se transforma em um intérprete da
cultura que vagueia pelo passado fundando outras possibilidades de
compreendê-lo e, ao mesmo tempo, no modo de olhar o seu mundo. Sendo assim,
como definimos a Idade Contemporânea? Apenas o tempo irá dizer.
Um
dos principais objetivos da História é resgatar os aspectos culturais de um determinado
povo ou região para o entendimento do processo de desenvolvimento. Entender o
passado também é importante para a compreensão do presente.
A história conta com ciências que auxiliam seu estudo. Entre estas ciências auxiliares, podemos citar: antropologia (estuda o fator humano e suas relações), paleontologia (estudo dos fósseis), heráldica (estudo de brasões e emblemas), numismática (estudo das moedas e medalhas), psicologia (estudo do comportamento humano), arqueologia (estudo da cultura material de povos antigos), paleografia (estudo das escritas antigas) entre outras. Para facilitar o estudo da história ela foi dividida em períodos:
Pré -História: antes do surgimento da escrita, ou seja, até 4.000 a.c
Idade Antiga: (antiguidade): de 4.000 a.c até 476 (invasão do império romano)
Idade Média (história medieval): de 476 a 1453 (conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos). - idade moderna: de 1453 a 1789 (revolução francesa).
Idade Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje.
O grego Heródoto, que viveu no século v a.c é considerado o “pai da história” e primeiro historiador, pois foi o pioneiro na investigação do passado para obter o conhecido histórico.
A historiografia: é o estudo do registro da História.
O historiador: é o profissional, com bacharelado em curso de história, que atua no estudo desta ciência, analisando e produzindo conhecimentos históricos.
CINEMA E HISTÓRIA
PRÉ-HISTÓRIA
1. A GUERRA
DO FOGO (Evolução do Homem).
2. 10.000
a.C. (Evolução do Homem).
MUNDO ANTIGO
1. GLADIADOR
(Roma na época imperial).
2. TRÓIA (A
Guerra de Tróia, com base em Homero).
3.
ALEXANDRE, O GRANDE (Expansão macedônica na fase helenística).
4. A PAIXÃO
DE CRISTO (Palestina sob domínio romano).
5. SPARTACUS
(Revolta dos escravos na transição republicana de Roma).
6. 300
(Batalha das Termópilas, opondo gregos e persas).
7. O PRÍCIPE
DO EGITO (Êxodo hebraico).
8. ASTERIX E
OBELIX (Resistência gaulesa à invasão romana).
9. OS 10
MANDAMENTOS (História hebraica).
MUNDO FEUDAL
1. O NOME DA
ROSA (Igreja, cultura e inquisição na Idade Média).
2. CORAÇÃO
VALENTE (Luta pela independência da Escócia).
3. JOANA D ‘
ARC (Nacionalismo francês na Guerra dos Cem Anos).
4. CRUZADA
(Cristandade europeia x muçulmanos).
5. ROBIN
HOOD, O PRÍNCIPE DOS LADRÕES (Inglaterra na ausência de Ricardo Coração de
Leão).
6. ÁTILA, O
HUNO (Invasões germanas no Império Romano).
7. ARN, O
CAVALEIRO TEMPLÁRIO (Cruzadas).
8. CAÇA AS
BRUXAS (Crise do século XIV).
MUNDO
MODERNO
1. ELIZABETH
(Absolutismo inglês).
2.
ELIZABETH, A ERA DE OURO (Bastidores do reino elizabetano).
3. LUTERO
(Reforma religiosa na Alemanha).
4.
SHAKESPEARE APAIXONADO (Inglaterra renascentista).
5. OS
MISERÁVEIS (França na época da Revolução Industrial e Francesa).
6. DANTON, O
PROCESSO DA REVOLUÇÃO (França no terror jacobino).
7. O
MERCADOR DE VENEZA (Aspectos da usura).
8. O NOVO
MUNDO (Pioneiros na colonização dos EUA).
9.
APOCALYPTO (Povos pré-colombianos).
10. 1492, A
CONQUISTA DO PARAÍSO (Viagem de Colombo).
11. TEMPOS
MODERNOS (Revolução Industrial).
12. O
PATRIOTA (Independência dos EUA).
13. MESTRE
DOS MARES (Combates navais na Era Napoleônica).
14. AS
BRUXAS DE SALEM (Colonização e inquisição nos EUA).
15. O
LIBERTINO (Revoluções Inglesas).
16. A OUTRA
(Reforma Anglicana).
17. O CONDE
DE MONTE CRISTO (Era Napoleônica).
18. AS
SOMBRAS DE GOYA (A inquisição na França pré-1789).
19. PERFUME
(A França e a Inquisição no século XVIII).OK
MUNDO
CONTEMPORÂNEO
1. DANÇA COM
LOBOS (Expansão para o oeste nos EUA).
2. GANGUES
DE NOVA IORQUE (imigração nos EUA do século XIX).
3. HONRA E
CORAGEM (Imperialismo na África).
4.
APOCALIPSE NOW (Guerra do Vietnã).
5. PLATOON
(Guerra do Vietnã).
6. NASCIDO A
4 DE JULHO (Guerra do Vietnã).
7. BOM DIA
VIETNÃ (Guerra do Vietnã).
8. A LISTA
DE SCHINDLER (II Guerra / Holocausto).
9. O
PIANISTA (II Guerra / Gueto de Varsóvia).
10. A VIDA É
BELA (II Guerra / Holocausto).
11. CÍRCULO
DE FOGO (II Guerra / Batalha de Stalingrado).
12. A QUEDA
(II Guerra / últimas horas de Hitler).
13.
(OPERAÇÃO VALQUÍRIA II Guerra / atentado contra Hitler).
14. VISÕES
(Ditadura militar Argentina).
15. O
JARDINEIRO FIEL (África atual).
16. HOTEL
RUANDA (Conflitos tribais na África atual).
17. DIAMANTE
DE SANGUE (África atual).
18. O ÚLTIMO
SAMURAI (Era das Luzes, no Japão do século XIX).
19. DIÁRIOS
DE MOTOCICLETA (Guevara antes da revolução de 1959).
20. CHE
(Revolução Cubana).
21. CIDADE
PERDIDA (Revolução Cubana).
22. FIDEL
(Trajetória de Fidel Castro).
23. O GRANDE
DITADOR (Sátira aos Estados Totalitários).
24. FORREST
GUMP (Vários fatos históricos).
25. O
RESGATE DO SOLDADO RYAN (II Guerra / Dia D).
26. ALÉM DA
LINHA VERMELHA (II Guerra no Pacífico).
27. A
IRMANDADE DA GUERRA (Guerra da Coréia).
28. BOA
NOITE, BOA SORTE (Guerra Fria).
29. CAÇA AO
OUTUBRO VERMELHO (Guerra Fria).
30. A LUTA
PELA ESPERANÇA (Crise de 1929).
31. DEUSES E
GENERAIS (Guerra Civil nos EUA).
32. E O
VENTO LEVOU (Guerra Civil nos EUA).
33. PEARL
HARBOR (II Guerra / Kamikazes).
34.
INDOCHINA (Imperialismo francês na Ásia).
35. MUNIQUE
(Atentado terrorista nas olimpíadas da Alemanha).
36. O ÚLTIMO
REI DA ESCÓCIA (Trajetória de Id Amin, em Uganda).
37. A RAINHA
(Ascensão de Tony Blair).
38. FLYBOYS
(Combates aéreos na I Guerra).
39. BABEL
(Globalização).
40. BORAT
(Crítica aos EUA e à Globalização).
41. O
LABIRINTO DO FAUNO (Franquismo).
42. CARTAS
DE IWO JIMA (II Guerra).
43. A
CONQUISTA DA HONRA (II Guerra).
44. O BARÃO
VERMELHO (I Guerra).
45.
AUSTRÁLIA (II Guerra / cultura aborígine).
46. REDE DE
MENTIRAS (Terrorismo contemporâneo).
47. FROST /
NIXON (Escândalo Watergate, nos EUA).
48. A CAÇADA
(Conflitos na Bósnia).
49. UM ATO
DE LIBERDADE (II Guerra / anti-semitismo).
50. O MENINO
DO PIJAMA LISTRADO (II Guerra / anti-semitismo).
51. RAMBO I,
II E III (Aspectos da Guerra Fria).
52. ROCK IV
(Aspectos da Guerra Fria).
53. STAR
WARS (Aspectos da Guerra Fria).
54. QUEM
QUER SER UM MILIONÁRIO? (Índia contemporânea / problemas sociais).
55. O
PODEROSO CHEFÃO (Trilogia que aborda a máfia nos EUA desde o início do século
XX).
56. OS
INTOCÁVEIS (A máfia nos EUA nos anos 1920).
57.
BASTARDOS INGLÓRIOS (II Guerra / Holocausto).
58. INIMIGOS
PÚBLICOS (A máfia nos EUA nos anos 1930).
59. FOMOS
HERÓIS (Guerra do Vietnã).
60. CÓDIGOS
DE GUERRA (II Guerra no Pacífico).
61. LÁGRIMAS
AO SOL (Aspectos da África atual).
62. MANDELA
(Trajetória de Nelson Mandela).
63. AMOR SEM
FRONTEIRAS (Várias zonas de conflito no mundo).
64. O SENHOR
DAS ARMAS (Venda de armas na decadência da URSS).
65. INVICTUS
(Trajetória de Nelson Mandela na África do Sul).
66. MILAGRE
EM SANTA ANNA (II Guerra Mundial).
67. 1968 –
TUNNEL RATS (Guerra do Vietnã).
68. OS
FALSÁRIOS (II Guerra / Holocausto judeu).
69. O
PEQUENO TRAIDOR (Israel em 1947, véspera da resolução da ONU).
70. GUERRA
AO TERROR (Iraque atual).
71. O ÚLTIMO
PELOTÃO (I Guerra Mundial).
72. A COR
PÚRPURA (Situação da mulher negra nos EUA do século XX).
73. A JOVEM
RAINHA VITÓRIA (Inglaterra na Era Vitoriana).
74. MACHUCA
(Ditadura militar no Chile)
75. CASA DOS
ESPIRÍTOS (Ditadura militar no Chile)
76.
GUERRILHA DO ARAGUAIA (Guerrilha durante o período militar no Brasil)
77. UMA
CANÇAO PARA CARLA (Guerra civil na Nicarágua)
78. TERRA E
LIBERDADE (Guerra civil espanhola)
79.
ILUMINADOS PELO FOGO (Guerra das Malvinas)
80. VENTOS
DA LIBERDADE (Aborda o surgimento do IRA na Irlanda)
81. MARIA
ANTONIETA (França da fase inicial da Revolução francesa)
82. A
REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA (Documentário - Hugo Chaves)
83. JARHEAD
– MAQUINA ZERO (Guerra do Golfo)
84. O LEITOR
(Contexto da Alemanha nazista)
85. O
GANGSTER (Ação da máfia americana durante a Guerra do Vietnã)
86. CRASH NO
LIMITE (Discriminação presente no atual EUA)
87. TORRES
GÊMEAS (Atentado do 11 de setembro – World Trade Center)
88.
STOP-LOSS (Invasão dos EUA no Iraque)
89. ESTADO
DE GUERRA (Guerra do Iraque)
90. TERRA DE
BRAVOS (Guerra do Iraque)
91. A OUTRA
(Trajetória política e amorosa de Henrique VIII)
92. EM NOME
DO PAI (Atentado em Londres efetuado pelo IRA)
94. TREZE
DIAS QUE ABALARAM O MUNDO (Crise dos mísseis)
95. AMISTAD
(Imperialismo)
96. O
CAÇADOR DE PIPAS (Invasão soviética no Afeganistão)
97. O
discurso do Rei (Trajetória política do Rei George VI durante a 2 Guerra)
98.
HISTÓRIAS CRUZADAS (Racismo nos EUA).
99. A DAMA
DE FERRO (Margareth Thatcher)
100. DR.
FANTÁSTICO: (Conflitos militares entre EUA e URSS durante a
guerra fria).
101. TOPÁZIO: Instalação
de mísseis russos em cuba durante a guerra fria, espionagem, OTAN.
102.ADEUS LÊNIN!: Queda do
muro de Berlim e o fim do socialismo no leste europeu1.
103. O DIA
SEGUINTE (THE DAY AFTER): Efeitos de uma guerra nuclear (holocausto) durante
a guerra fria.
104- HOMENS DE HONRA: (O primeiro negro a entrar para a Marinha Norte Americana)
104- HOMENS DE HONRA: (O primeiro negro a entrar para a Marinha Norte Americana)
105- ATÉ O ÚLTIMO HOMEM: (Acompanhe a história de Desmond T. Doss, um médico do exército americano que, durante a Segunda Guerra Mundial, se recusa a pegar em armas. Durante a Batalha de Okinawa ele trabalha na ala médica e salva cerca de 75 homens).
HISTÓRIA DO
BRASIL
1. A MISSÃO
(Conflitos nas missões).
2. ANAHY DE
LAS MISIONES (Revolução Farroupilha).
3. NETO
PERDE SUA ALMA (Revolução Farroupilha).
4. O
QUATRILHO (Imigração italiana).
5. ELES NÃO
USAM BLACK TIE (Ditadura / movimento operário).
6. O QUE É
ISSO, COMPANHEIRO? (Ditadura / guerrilha).
7. LAMARCA
(Ditadura / guerrilha).
8. ZUZU
ANGEL (Ditadura / desaparecidos).
9. BATISMO
DE SANGUE (Ditadura / frades dominicanos).
10. MAUÁ, O
IMPERADOR (Brasil em meados do século XIX).
11. OLGA
(Era Vargas).
12.
CARANDIRU (Massacre dos presidiários).
13. CIDADE
DE DEUS (Miséria, tráfico, violência nos anos 1970).
14. CARLOTA
JOAQUINA, PRINCESA DO BRASIL (Período Joanino).
15. CANUDOS
(Guerra de Canudos).
16. ILHA DAS
FLORES (Mazelas do mundo globalizado e neoliberal).
17. TROPA DE
ELITE I e II (Miséria, tráfico, violência, corrupção no Brasil recente).
18. GAIJIN –
OS CAMINHOS DA LIBERDADE (Imigração japonesa).
19. AGOSTO
(Suicídio de Getúlio Vargas).
20. O ANO EM
QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS (Ditadura Militar).
21. O HOMEM
DO ANO (Baseado no livro “O matador”).
22. LULA – O
FILHO DO BRASIL. (Trajetória política de Luis Inácio Lula da Silva)
23. XINGÚ
(Expedição indigenista dos irmãos Villas Boas).
Artigo.Apresentado no Curso de História.
Por: Maria de Lourdes Tisott
CONCEITO HISTÓRICO, TEMPO E ESPAÇO.
O que é conceito histórico,
partindo da leitura indicada pude entender que, conceito histórico é importante para a mediação dos conhecimentos
históricos, uma vez que estando no campo histórico os conteúdos as
transformações ao longo do tempo e do espaço e, dessa forma, propor
modificações nos esquemas sociais. Os conceitos para a História são importantes
para a mediação dos conhecimentos históricos, socialmente construídos não
descartados e, é fundamental para que possamos perceber as transformações ao
longo do tempo e do espaço e, dessa forma, compreender as modificações na
sociedade.
Tempo segundo o dicionário de conceitos históricos é o estudo das
atividades e produções humanas, ou seja, da cultura, ao longo do tempo. Assim,
no próprio conceito de História está inserido o conceito de tempo, o que nos
mostra sua importância. No entanto, tempo é uma daquelas noções que perpassam
nosso dia a dia e às quais damos pouca atenção, a despeito de sabermos de sua
importância. Na verdade, a palavra tempo pode designar, em português, coisas
diferentes, desde o clima ao tempo histórico, o tempo cultural. O tempo, como
produção humana, é uma ferramenta da História, visível em instrumentos como o
calendário e a cronologia. Cronologia é a forma de representar os
acontecimentos históricos no tempo, o que exige um calendário e uma noção de
contagem do tempo.
Espaço é um conceito histórico que nos da uma representação onde os
fatos aconteceram, Este pode se definir como a porção
do planeta onde se desenvolvem as atividades do homem no seu cotidiano.
Inserido no conjunto das suas atividades ao longo de um período de tempo maior
ou menor, ganha a dimensão histórica, não apenas de forma isolada, mas também
em relação com outras áreas. Preconizador do conceito espacial no seio da
História, Fernand Braudel defendia que a História se define não só pela relação
entre diversos espaços como pelas características dos mesmos, que variam
consoante os homens que os estruturam e neles vivem.
O tempo na idade média.
O tempo histórico é uma sucessão de
eventos narrados e dispostos em uma sequência temporal. O historiador se
utiliza das formas de tempo para se organizar na sociedade para dizer que um
determinado tempo se diferencia do outro. No tempo histórico podemos considerar
que a Idade Média teve a duração de praticamente um milênio, enquanto a Idade
Moderna se estenda por apenas quatro séculos. O referencial temporal empregado
pelo historiador trabalha com as modificações que as sociedades promovem na sua
organização, no desenvolvimento das relações políticas, no comportamento das
práticas econômicas e em outras ações e gestos que marcam a história de um povo.
Esse foi o motivo que escolhi o conceito do tempo para fazer uma breve análise
da época medieval.
Por exemplo, os estudos da Idade
Média geralmente se referem ao tempo da Historia na Europa, em particular à
parte Ocidental. Mas não pode generalizar os aspectos históricos de uma região
para o restante do planeta, pois cada lugar tem suas especificidades, sua
história. Além disso, nessa época (tempo), o mundo não estava interligado como
hoje, os contatos entre os povos e as regiões eram muito precários e, em alguns
casos, inexistentes. O período da Idade Média foi tradicionalmente delimitado
com ênfase em eventos políticos. Nesses termos, ele teria se iniciado com a
desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (476 d. C.), e terminado
com o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no
século XV (1453 d.C.), também chamado de Império Bizantino e pela chegada dos
europeus à América.
Entre esses marcos, passaram-se cerca de mil
anos. Foi um tempo em que os europeus viveram, em sua maioria no campo,
restritos a propriedades que buscavam sua autossuficiência. A sociedade, muito
diferente daquela do Império Romano, era rigidamente hierarquizada e marcada
pela fé em Deus e pelo controle da Igreja católica, sem dúvida a instituição
mais poderosa de toda a Idade Média. O poder político era descentralizado, isto
é, estava nas mãos de inúmeros senhores da terra. Por todas essas
características, muitos estudiosos acabaram chamando esse momento de Idade das
Trevas. Eles acreditavam que o mundo medieval tinha soterrado o conhecimento
produzido pelos gregos e romanos. O estudo dos fenômenos naturais e das
relações sociais por meio da observação, por exemplo, teria sido substituído
pelo misticismo religioso. Entre o século V e o IX, é o de consolidação do
mundo feudal, quando se formam os reinos e se cristaliza a organização social a
sociedade feudal começa a dar sinais de mudanças, com o fortalecimento das
cidades e do comércio. O sistema feudal Para se compreender a sociedade moderna
e suas instituições. O certo é que durante esses mil anos a sociedade europeia
construiu grande parte de seus valores culturais, que iriam se espalhar por
todo o mundo a partir do século XV, com as Grandes navegações. Valores que são,
até hoje, plenamente perceptíveis.
Conclusão
A partir dos diferentes conceitos históricos, tempo, espaço que serviu de base para esse trabalho, foi possível ratificar a importância de se realizar releituras de passado histórico, época medieval que muito contribuiu para a compreensão do próprio presente, pois a partir da memória histórica de um povo, é possível compreender melhor sua estruturação social ao longo do tempo. Além disso, revisitar autores que apresentam diferentes pontos de vista sobre determinada época contribui para compreender de diferentes formas a época abordada, mas principalmente para apreender o mundo atual onde estamos inseridos, revelando nosso próprio tempo atual.
REFERÊNCIAS
BEZERRA,
Holien Gonçalves. Ensino de História:
conteúdos e conceitos básicos. In:
MARX, Karl. Contribuição à crítica da
economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
SILVA,
Kalina Vanderlei, Dicionário de
conceitos históricos. 2. ed. 2ª reimpressão: São Paulo: Contexto,
2009.
OLIVEIRA,
Terezinha. A historiografia francesa dos
séculos XVIII e XIX: as visões Iluministas e romântica da Idade Média. Acta
Scientiarum. 21(1):175-185, 1999.
NÚBIA
Núbia é a região situada no vale
do rio Nilo que atualmente é partilhada pelo Egito e pelo Sudão mas onde, na
antiguidade, desenvolveu-se na mais antiga civilização negra da África, baseada
na civilização anterior do Alto Egito, e tanto que Napata antes de ser a
capital da Núbia independente da sua metrópole colonial egipcia, era uma mera
colonia egípcia ao sul de Assuã, anexada durante o Médio Império.
Aparentemente os núbios eram filhos de colonos sul-egípcios com escravas nilóticas, que deu origem ao Reino de Cuche, que existiu entre o III milênio a.C. e o século IV d.C. da nossa era. Este reino foi então dominado pelo Reino de Axum e aparentemente, os núbios formaram novos pequenos estados fora da região ocupada. Um deles, Macúria tornou-se preponderante na região, assinando um pacto com o Egito islâmico para conservar a sua religião cristã (copta), que conservou até ao século XIV, quando foi finalmente submetida aos árabes dominantes, mais precisamente dominada pelos Turcos Mamelucos por volta de 1315. Eles impuseram sua religião muçulmana e colocaram no poder um príncipe Núbio convertido ao Islã.
No entanto, a parte sul conservou-se independente, como o reino de Sennar, até ao século XIX, quando o Reino Unido ocupou a região. Com a independência dos atuais estados africanos, os núbios ficaram divididos entre o Egito e o Sudão. Nesta região, na grande curva do Nilo, na parte sudanesa, encontram-se as ruínas das cidades de Napata, perto do monte Gebel Barkal, e Meroé que foram inscritos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 2003, na lista do Património Mundial.
História:
Na época do Egito faraônico, a Núbia era uma região que separava esse país da África subsaariana. Atualmente, seu território se encontra dividido entre o Egito e o Sudão. Núbia é uma antiga região no nordeste da África, situada ao longo do rio Nilo, desde a primeira catarata até as proximidades de Khartum, no atual Sudão. Além do vale do Nilo, incluía as áreas desérticas a leste até o mar Vermelho e a oeste até o deserto da Líbia.
Habitada por povos nilóticos negros, a Núbia constituiu ao longo de milênios um ponto de encontro entre as civilizações egípcias - e, por conseguinte, o mundo mediterrâneo - e os povos negros da África. Cercada, porém, pelo deserto, num trecho mais estreito do vale, jamais apresentou produção agrícola e população comparáveis às do baixo Nilo. Por volta de 3100 a.C., a I dinastia egípcia se apoderou de parte da Núbia, que passou a abastecer o império de ouro, pedras preciosas e diorito. A partir de então, a história da Núbia permaneceu ligada à do Egito, algumas vezes sob o poder dos faraós, outras na forma de um ou vários reinos independentes.
Por volta de 2000 a.C., surgiu na região o reino de Cuche, cujos governantes adotaram a cultura egípcia. O rei Chabaca conquistou todo o Egito entre 713 e 712 a.C. e transferiu sua capital para Mênfis, onde fundou a XXV dinastia. A invasão assíria separou mais uma vez o Egito da Núbia, que conservou sua independência. Meroé tornou-se capital do reino de Cuche no início do século VI a.C. Durante nove séculos, a Núbia permaneceu isolada até que, no século IV da era cristã, após a destruição de Meroé, os nabateus se estabeleceram na região e, por volta do ano 540, se converteram ao cristianismo. Embora a partir do século VII o país tenha sido obrigado a pagar tributo aos novos governantes muçulmanos do Egito, permaneceu independente e fiel ao cristianismo até o século XIV, quando sucumbiu ante os exércitos mamelucos.
No norte da Núbia existem ruínas de monumentos antigos, alguns dos quais correram o perigo de desaparecer com a construção da represa de Assuã. Uma campanha internacional permitiu salvar os dois templos situados em Abu Simbel, transferidos para outro local nas proximidades.
Os Núbios foram, durante muito tempo, um dos reinos cristãos mais fortes em meados do século VII. A forma como os núbios aceitaram a fé cristã e permaneceram fiéis a crença até mesmo durante a expansão islâmica no século VII, chegando até mesmo a serem um dos únicos (se não os únicos) reinos a suportar o poderio árabe é exclusivo na história
Referências: Emberling, Geoff (2011). Nubia: Ancient Kingdoms of Africa (New York: Institute for the study of the ancient world). p. 8. ISBN 978-0-615-48102-9.
Aparentemente os núbios eram filhos de colonos sul-egípcios com escravas nilóticas, que deu origem ao Reino de Cuche, que existiu entre o III milênio a.C. e o século IV d.C. da nossa era. Este reino foi então dominado pelo Reino de Axum e aparentemente, os núbios formaram novos pequenos estados fora da região ocupada. Um deles, Macúria tornou-se preponderante na região, assinando um pacto com o Egito islâmico para conservar a sua religião cristã (copta), que conservou até ao século XIV, quando foi finalmente submetida aos árabes dominantes, mais precisamente dominada pelos Turcos Mamelucos por volta de 1315. Eles impuseram sua religião muçulmana e colocaram no poder um príncipe Núbio convertido ao Islã.
No entanto, a parte sul conservou-se independente, como o reino de Sennar, até ao século XIX, quando o Reino Unido ocupou a região. Com a independência dos atuais estados africanos, os núbios ficaram divididos entre o Egito e o Sudão. Nesta região, na grande curva do Nilo, na parte sudanesa, encontram-se as ruínas das cidades de Napata, perto do monte Gebel Barkal, e Meroé que foram inscritos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 2003, na lista do Património Mundial.
História:
Na época do Egito faraônico, a Núbia era uma região que separava esse país da África subsaariana. Atualmente, seu território se encontra dividido entre o Egito e o Sudão. Núbia é uma antiga região no nordeste da África, situada ao longo do rio Nilo, desde a primeira catarata até as proximidades de Khartum, no atual Sudão. Além do vale do Nilo, incluía as áreas desérticas a leste até o mar Vermelho e a oeste até o deserto da Líbia.
Habitada por povos nilóticos negros, a Núbia constituiu ao longo de milênios um ponto de encontro entre as civilizações egípcias - e, por conseguinte, o mundo mediterrâneo - e os povos negros da África. Cercada, porém, pelo deserto, num trecho mais estreito do vale, jamais apresentou produção agrícola e população comparáveis às do baixo Nilo. Por volta de 3100 a.C., a I dinastia egípcia se apoderou de parte da Núbia, que passou a abastecer o império de ouro, pedras preciosas e diorito. A partir de então, a história da Núbia permaneceu ligada à do Egito, algumas vezes sob o poder dos faraós, outras na forma de um ou vários reinos independentes.
Por volta de 2000 a.C., surgiu na região o reino de Cuche, cujos governantes adotaram a cultura egípcia. O rei Chabaca conquistou todo o Egito entre 713 e 712 a.C. e transferiu sua capital para Mênfis, onde fundou a XXV dinastia. A invasão assíria separou mais uma vez o Egito da Núbia, que conservou sua independência. Meroé tornou-se capital do reino de Cuche no início do século VI a.C. Durante nove séculos, a Núbia permaneceu isolada até que, no século IV da era cristã, após a destruição de Meroé, os nabateus se estabeleceram na região e, por volta do ano 540, se converteram ao cristianismo. Embora a partir do século VII o país tenha sido obrigado a pagar tributo aos novos governantes muçulmanos do Egito, permaneceu independente e fiel ao cristianismo até o século XIV, quando sucumbiu ante os exércitos mamelucos.
No norte da Núbia existem ruínas de monumentos antigos, alguns dos quais correram o perigo de desaparecer com a construção da represa de Assuã. Uma campanha internacional permitiu salvar os dois templos situados em Abu Simbel, transferidos para outro local nas proximidades.
Os Núbios foram, durante muito tempo, um dos reinos cristãos mais fortes em meados do século VII. A forma como os núbios aceitaram a fé cristã e permaneceram fiéis a crença até mesmo durante a expansão islâmica no século VII, chegando até mesmo a serem um dos únicos (se não os únicos) reinos a suportar o poderio árabe é exclusivo na história
Referências: Emberling, Geoff (2011). Nubia: Ancient Kingdoms of Africa (New York: Institute for the study of the ancient world). p. 8. ISBN 978-0-615-48102-9.
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